Função Materna e Função Paterna, suas vivências na atualidade

Tipo: 
Dissertação
Palavra Chave: 
função materna, função paterna, atualidade, psicanálise, coparentalidade

O tema “função materna e função paterna na atualidade” refere-se a uma investigação teórica e prática acerca do exercício das funções materna e paterna. A investigação teórica foi desenvolvida sob a ótica da psicanálise pelo recorte de autores de correntes distintas de pensamento tendo como eixo comum a importância das funções materna (Klein, Bion, Winnicott e Dolto) e paterna (Freud, Winnicott, Dor e Hurstel) na estruturação e desenvolvimento do psiquismo da criança, numa tentativa de ir fazendo o percurso destas duas funções, no período inicial onde elas são germinadas e como vão caminhando, paralelamente ao desenvolvimento da criança. A investigação prática, diz respeito a utilização do método psicanalítico em entrevistas abertas com quatro casais, pais de crianças entre zero e cinco anos, com o objetivo de observar, mapear e considerar suas vivências no exercício das funções materna e paterna, a partir de suas concepções, e de como estão se estruturando, frente as grandes mudanças ocorridas no universo de homens e mulheres na atualidade. No trabalho de elaboração e feitura da dissertação foi utilizado o método da auto-organização de inspiração psicanalítica (Baccarin). Ao mapear e tomar em consideração as experiências dos pais no exercício de suas funções pude perceber que o tornar-se mãe e pai dá-se em um processo gradual desde a gestação e bem antes dela, no desejo a progenitura, no contato entre os parceiros, sua criança e a sociedade, através de um interjogo de conflitos e angústias, hoje acrescido pelas inúmeras demandas do mundo atual, que levam a um estado de profunda turbulência emocional, e muitas vezes a um sentimento de desautorização das vivências da parentalidade. Devido às inúmeras demandas do mundo atual, os pais parecem contar hoje com uma certa parceria entre pai e mãe, a “co-parentalidade” (Bal) na qual as funções parecem estar sendo exercidas de acordo com a capacidade psicoafetivo dos mesmos diferentemente de uma época onde os papéis eram rigidamente definidos, discriminados. Fato que parece tornar os homens mais próximos dos filhos nos contatos iniciais da vida dos mesmos, em funções antes consideradas unicamente da mulher. As mulheres, por sua vez, estão vivendo cada dia mais cedo a interrupção em seu contato íntimo mãe-bebê, hoje, devido a gama de demandas e facetas de realização da mulher, dentre elas, o trabalho. Com isso a função de “holding” tem sido solicitada a ser distribuída com o pai, as famílias parentais e a escola. O interesse em investigar o tema está na possibilidade de reflexões que possam ser úteis ao trabalho de educadores e de psicólogos clínicos, particularmente, no que se refere a escuta e orientação de pais.

Data da Defesa: 
15/04/2005
Banca/Orientador(es): 
Profa. Dra. Maria Inês Baccarin
Banca / Examinador(es): 
Profa. Dra. Maria Inês Baccarin (Orientadora) – UFU Profa. Dra. Maria Cecília Pereira da Silva (Membro Titular)- SBPSP Prof. Dr. Luiz Carlos Avelino da Silva (Membro Titular) – UFU Profa. Dra. Maria Lúcia Castilho Romera (Membro Suplente)- UFU
Discente: 
Maria Luiza Soares Ferreira Borges