Estresse e coping em vítimas de acidente de trânsito

Tipo: 
Dissertação
Palavra Chave: 
Estresse, Coping, Acidente de Trânsito.

Os acidentes de trânsito (AT) são acontecimentos potencialmente estressantes, pois irrompem na vida das pessoas e carregam consigo o caráter de emergência e imprevisibilidade. A hospitalização, que muitas vezes sucede a ocorrência do acidente, também pode contribuir para aumentar a resposta de estresse. Situações estressantes exigem das vítimas a mobilização de estratégias para o enfrentamento da situação. O Coping compreende o conjunto de estratégias cognitivas e comportamentais utilizadas com o objetivo de manejar situações estressantes. Diante disto, o presente estudo objetivou verificar a relação entre estresse e coping em vítimas de AT internadas em um hospital universitário. A amostra foi composta por 10 pacientes vítimas de AT. Para avaliação do coping foi aplicado o Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus e para avaliar a presença de estresse foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp. A maior parte dos participantes (80%) apresentava índice de estresse relevante, se dividindo entre 50% na fase de resistência, 10% na fase de quase exaustão e 20% na fase de exaustão. Entre as vítimas de AT que apresentaram níveis de estresse significativos, predominaram as estratégias de reavaliação positiva, confronto e resolução de problemas. Entre as vítimas de AT que não apresentaram estresse predominaram as estratégias de autocontrole, aceitação de responsabilidade e resolução de problemas. O coping do tipo fuga/esquiva apresentou correlação positiva com nível de estresse no grupo de pacientes que apresentaram estresse (ρ=0,835). A estratégia de fuga/esquiva está relacionada a piores desfechos em saúde mental. Afastar-se, mesmo que cognitivamente, da situação desfavorece a busca por suporte. Além disso, a evitação de estímulos estressores impede o indivíduo de se habituar ao conteúdo e consequências desta situação. Apesar do tamanho da amostra ser pequeno, há alguns tipos de enfrentamento que parecem colaborar para que a resposta de estresse seja menor ou maior. Considerando os comprometimentos psíquicos e físicos do estresse prolongado, sugere-se que as equipes de saúde que lidam com vítimas de AT estejam atentas a possíveis manifestações de estresse e levem isso em consideração ao atuar junto aos pacientes que apresentarem este tipo de comprometimento, incentivando o enfrentamento mais funcional da situação.

Data da Defesa: 
12/09/2017
Banca/Orientador(es): 
Prof. Dr. Ederaldo José Lopes (PGPSI/UFU) orientador da candidata;
Banca / Examinador(es): 
Prof. Dr. Joaquim Carlos Rossini (Membro Interno – PGPSI/UFU) Prof.ª Dr.ª Marília Ferreira Dela Coleta (Membro Externo).
Discente: 
Ludmila Minarini Alves