nteligência simbólica e não simbólica de crianças e adolescentes portadores de deficiência auditiva: análises baseadas no “Teste Não Verbal Universal de Inteligência” (UNIT)

Tipo: 
Dissertação
Palavra Chave: 
Inteligência Simbólica, Inteligência Não Simbólica, Surdos

Realizou-se um estudo exploratório das inteligências simbólicas e não simbólicas de crianças e adolescentes com surdez com base no desempenho dos participantes na bateria padrão do Universal Nonverbal Intelligence Test (UNIT). Por ser um teste que provê uma medida geral (fator g) da inteligência e das habilidades cognitivas, através de procedimentos não-verbais o UNIT é uma das poucas ferramentas de avaliação da inteligência que minimiza fatores que podem desencadear interpretações errôneas que envolvem processos verbais ou de linguagem. O objetivo deste estudo foi verificar o papel da linguagem no desenvolvimento da inteligência de crianças com surdez e como variáveis como escolarização, idade, nível de perda auditiva, método lingüístico (libras, oralização, comunicação total) podem influenciar na inteligência verbal e não verbal. A pesquisa foi realizada com 55 crianças e adolescentes surdos de instituições de ensino regular ou em instituições que oferecem atividade extra-escolar (música, aula de libras, suporte pedagógico, etc) na cidade de Uberlândia e Patos de Minas. Em relação às análises na amostra geral (análises paramétricas) os principais resultados apontam que há diferença significativa entre o QI Simbólico e o QI não-simbólico (t(54)=13,158; p<0.001), encontra-se correlações forte entre ambas (r= 0,662; p < 0,05). Quando se submeteu os escores de QI Simbólico e do QI Não Simbólico do UNIT a uma ANOVA com o fator idade, os resultados mostraram diferença estatisticamente significativa nas seguintes variáveis: idade (p= 2,376, p< 0,05); atividade extra classe (p= 3,244, p< 0,05) ; audição dos pais (p= 6,844, p< 0,05). No intuito de realizar análises mais detalhadas (análises não paramétricas), dividiu-se a amostra em subgrupos, tendo como critério as atividades extra-curriculares, nota-se que para a amostra do conservatório o QI simbólico é estatisticamente maior se comparado com o QI não-simbólico (z = 3,92; p<0.001), já na amostra da escola de apoio pedagógico o QI não simbólico se comparado ao escore do QI 8 não- simbólico é significativamente maior (z = 3,52; p<0.001). Assim, percebe-se que variáveis como idade em que houve a perda da audição, o nível da perda auditiva, escolarização e habilidades desenvolvidas nas atividades não acadêmicas, são fatores influenciáveis principalmente no QI simbólico. E as atividades extras são um fator que influencia tanto habilidades ligadas à inteligência simbólica quanto à inteligência não-simbólica.

Data da Defesa: 
03/08/2009
Banca/Orientador(es): 
Profa. Dra. Renata Ferrarez Fernandes Lope
Banca / Examinador(es): 
Profa. Dra. Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Orientadora) – UFU, Prof. Dr. Ederaldo José Lopes (Membro Titular) – UFU, Prof. Dr. Alexandre Vianna Montagnero (Membro Titular) - UNITRI, Profa. Dra. Eulália Henriques Maimone (Membro Suplente) - UNIUBE
Discente: 
Cláudia Furtado Borges